quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Ausência



Apenas se te deixar
venhas até mim,
cristalina ou temerosa
inquieta, ferida por mim mesmo
ou satisfeita de amor, como quando teus olhos
se fecham sobre o dom da vida
que sem parar, te entrego

amor meu,
nos encontramos
sedentos e nos bebemos
toda água e sangue.
Nos encontramos
com fome
e nos mordemos
como o fogo morde
deixando-nos feridas;

Porém, espera-me
guarda-me a tua doçura.

Eu te darei também uma rosa.


(Pablo Neruda)

Um comentário:

Olhar de Isa disse...

Estive aqui lendo versos.
Belos!!!