terça-feira, 1 de abril de 2008

Meu Paraíso Perdido


Pelos entardeceres
vinhas à minha vida

e inteira te cobria minha idealidade,


destacando na tarde
o teu perfil perdido

por entre o milagroso canto de claridade

que era uma sombra
de ouro em meu isolamento

e deitava em meus sonhos
seu ponto de piedade.


E nas contemplações se tecia
no momento
suave e sereno,
cheio de suprema bondade.


A suavidade de idílio
dessa tarde chegava

com a límpida lenda
de teu olhar chegado.


Oh! a doce alegria que iluminou meu frágil paraíso perdido!




(Pablo Neruda - tradução: Thiago de Mello - do livro Cadernos de Temucos)

Nenhum comentário: