segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Não somos bons em despedidas.
Passeamos lado a lado, os ombros tocando-se.
Já está começando a escurecer.
Estás pensativo, eu não digo nada.
Entramos na igreja para ver
alguém sendo batizado, enterrado, se casando;
depois vamos embora, sem olhar um para o outro.
Por que é que para nós nada dá certo?
Vamos sentar na neve pisoteada
do cemitério, suspirando de leve.
Com a ponta da bengala, traçarás palácios
em que viveremos felizes para sempre.

1917


(Anna Akhmátova )

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