sexta-feira, 4 de abril de 2008
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Tarde da noite, em minha mesinha,
a página está irremediavelmente branca.
As mimosas cheiram a Nice e a mormaço;
à luz da lua voa um grande pássaro.
Enquanto faço as tranças para ir deitar –
como se amanhã ainda fosse usar tranças –
olhos, sem suspirar pela janela,
para o mar e as suas brancas dunas.
Mas que poder tem esse homem
que nem sequer me pede ternura...
Mal posso erguer as pálpebras cansadas
quando ele pronuncia o meu nome.
(Anna Akhmátova, )
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