quinta-feira, 3 de abril de 2008

No caminho



Na primeira noite
Eles se aproximam
E colhem uma flor
Do nosso jardim

E não dizemos nada.

Na segunda noite
Ja não se escondem:
Pisam as flores,
Matam nosso cão

E não dizemos nada.

Até que um dia
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta
E porque não dissemos nada,

Já não podemos dizer nada.


(Maiakóvski)

Nenhum comentário: