já não vai ficando nada:
é menos do que o perfume
de uma rosa desfolhada.
Passarinho ambicioso
fez nas nuvens o seu ninho.
quando as nuvens forem chuva,
pobre de ti, passarinho.
O vento do mês de agosto
leva as folhas pelo chão;
só não toca no teu rosto
que está no meu coração.
só não toca no teu rosto
que está no meu coração.
Os ramos passam de leve
na face da noite azul.
É assim que os ninhos aprendem
que a vida tem norte e sul.
A cantiga que eu cantava,
por ser cantada morreu.
Nunca hei de dizer o nome
Daquilo que há de ser meu.
por ser cantada morreu.
Nunca hei de dizer o nome
Daquilo que há de ser meu.
Ao lado da minha casa
morre o sol e nasce o vento.
O vento me traz o seu nome,
leva o sol meu pensamento.
(Cecília Meireles)
Nenhum comentário:
Postar um comentário